Esta Noite Dançamos - Capitulo 15
Este cap é para a minha nova leitora: JezzTH. Obrigada querida :DD
Começou uma batida energética e sem dúvida conhecida! As luzes brancas iluminavam os seus rostos sujos e duros, mas grandiosos. Os seus corpos revoltavam-se no palco! Sim, o que pretendiam representar era 'revolta' e por isso escolheram como música a Uprising dos Muse. Estavam vestidos de selvagens e a coreografia contemporânea estava particularmente bem estruturada e sem falhas. Vestiam selvagens, mas pareciam anjos a voar naqueles movimentos perfeitos e profundos. Foram absolutamente magníficos e originais e isso surpreendera toda a gente naquela noite!
Tom não falara, apenas observava. Estava com o olhar completamente penetrado naquelas figuras majestosas! Reparara especialmente numa pessoa, na Ana. «Céus, ela surpreendeu-me novamente! Mas que raio é que ela é? Uma deusa? Seja lá o que for é boa demais para um ser humano... Ela dança inexplicavelmente bem!»
- Arrisco-me a dizer que vocês foram os melhores desta noite! Sem dúvida que passarão à fase seguinte... Dou-vos os meu parabéns, porque foram absolutamente estrondosos e arrebatadores. Conseguiram passar a mensagem da música sem margem para dúvida! - dissera um dos três júris.
Tom reparara no vislumbre dos olhos da Ana quando o grupo ouviu o elogio mais poderoso da noite. Ao ver e pressentir esse momento, Tom deixou escapar um sorriso.
Bill reparou, aliás ele reparava sempre:
- Ouve lá Tom! Porque é que não a levas para a cama ou assim uma coisa? Tu babas-te para a rapariga como eu nunca vi... Até parece que sofres por não a teres e isso é muito estranho!
- Já tentei e não sei como, mas ela resistiu. E eu não sofro, porque dela só quero sexo. Tu sabes quanto essa miúda me irrita. Para além do mais tenho a Sylvia, ela com certeza que me vai satisfazer - disse Tom com uma cara séria, mas com a voz insegura.
- Ás vezes acho que te esqueces que somos gémeos e que te conheço perfeitamente bem. Ouve eu já percebi que a Ana não te é indiferente e tu também já sabes isso. Só não sabes até que ponto é que ela é indiferente. E nunca mais saberás se andares a tentar esconder ou enganar-te a ti próprio com a Sylvia ou com outras raparigas!
- Cala-te Bill! Não digas disparates... - disse Tom irritado. Mas se calhar o irmão até tinha razão.
No final da actuação e de saírem do palco Ana e Maria foram ter com Bill.
- Olá Bill! - saudaram elas.
- Olá meninas! Parabéns pela actuação! Foram a surpresa da noite...
- Obrigada! - disse Ana reparando que Bill estava desacompanhado - Sozinho, Bill?
- Sim, o Tom desapareceu à pouco tempo...
- Deve estar com aquela parvalhona - murmurou Ana.
- O quê? - perguntou Bill sem ter percebido o que ela dissera
- Nada, nada! Bem eu vou aos bastidores para tirar esta maquilhagem da cara que me está literalmente a abafar! - disse Ana afastando-se e deixando Maria e Bill sozinhos.
- E Então Bill? Gostas-te mesmo da nossa actuação? - perguntou Maria tímida.
- Se gostei? Foi fantástico... Tu particularmente danças-te lindamente... - elogiou ele.
- Oh Bill, não digas essas coisas que fico já vermelha!
- Sabes que estou a ser verdadeiro e deixa lá, porque mesmo vermelha tu és linda...
Ana entrou nos bastidores e viu Sylvia. Ainda olhou para todos os cantos a ver se visualizava uma figura gigante e bonita, mas para surpresa dela, ele não se encontrava ali. Sentiu um alivio no coração sem perceber muito bem o motivo, ou sem querer perceber!
- Então querida? - disse Ana a provoca-la enquanto começava a tirar a maquilhagem da cara - Parece que o grupo de meia tigela, como chamas-te, foi o melhor da noite!
- Cala-te idiota! Foi hoje, mas não será mais! Ainda resta 3 semanas, ou melhor 3 actuações para decidir realmente o vencedor do concurso! E acredita que vai ser o meu que vai levar o prémio...
Ana não respondeu. Olhava-a com desprezo. Ana estava de costas para a porta e Sylvia estava à sua frente, mas virada para a porta. Estavam cara a cara e absolutamente impenetráveis!
- Olá Sylvia... - dissera uma voz que Ana reconheceu logo sem ter preciso voltar-se para ver quem estava a falar na porta. Era Tom.
- Olá fofo - respondera Sylvia que foi a correr para os braços dele e que o beijou.
- Olá Tom! - disse finalmente Ana.
- Vocês conhecem-se? - perguntou Sylvia meia confusa e ainda abraçada a ele.
- Sim - começou Ana - Não te preocupes, porque nós não nos enrolamos. Aliás só não nos enrolamos, porque eu não quis, porque por vontade dele ele já me tinha comido toda à muito - Ana falava cinicamente, porque aqueles dois, aquelas posições deles magoavam-na. Era algo estranho e que ela não percebia o porquê da dor...
- É verdade Tom? - perguntou Sylvia com o olhar ofendido e a afastar-se dele. No entanto Tom trouxe-a de novo ao encontro do seu corpo.
- Não lhe ligues, Sylvia! - disse ele beijando-a, mas os seus olhos furiosos estavam focados na Ana.
Ana saiu disparada dali, não estava para aguentar mais aquilo.
- Bem Sylvia, eu já venho! - disse Tom para Sylvia, ainda dentro dos bastidores.
- Onde vais? - quis saber ela
- Ao meu irmão, Bill. Prepara-te, porque passaremos a noite juntos, se quiseres claro!
- Claro que quero! - disse Sylvia toda derretida.