Esta Noite Dançamos - Capitulo 38 - Penultimo
Confesso que gosto muito deste capitulo ;) Dedico a todas :D
- Ele está a mentir… - disse Sylvia desesperando vendo todos os olhares concentrados nela
- Porque é que eu haveria de inventar uma coisa destas? – perguntou-lhe Richard desfeito. Sabia que Ana estava muito magoada com ele, e ele compreendia. Mas ele amava-a. E aquilo custava-lhe tanto. – Ana, eu preciso que me perdoes!
- Sai! – ordenou ela. – Sai, Richard! Melhor, quero que toda a gente saia, preciso de pensar!
Ninguém a contrariou e saíram todos, à excepção de uma pessoa.
- Quero que saias, Tom!
- Deixa-me só dizer-te uma coisa. – pediu ele, procurando o olhar dela – Acho que o devias perdoar!
- O quê? – Ana nem queria acreditar no que estava a ouvir. Aquilo surpreendeu-a profundamente. – Tu nem sequer gostas dele…
- Passei a gostar! O que ele fez foi muito corajoso, Ana. Acho lhe que fico a dever uma, se não fosse ele… nem quero pensar!
- Ele ama-me… - disse tentando perceber até onde iria aquela simpatia toda dele.
- Eu sei, mas ele deixou bem claro que não se intrometer na nossa relação, por isso… Ele até parece ser um tipo porreiro! – Ana estava espantada e deixou escapar um sorriso suave com a última frase de Tom. – É bom saber que ainda te faço sorrir – observou ele, aproximando-se dela lentamente. – Acho que estás a precisar de um abraço cheio de amor, paz e carinho! – disse-lhe puxando-a contra si. Ela abriu os braços muito vagarosamente e abraçou-o pela cintura. Ficaram assim, uns 10 minutos. Ali, Ana sentia-se reconfortada e com os olhos fechados pensou como ele lhe dava segurança, como ele fazia a outra parte dela sentir-se viva, como…
- É melhor deixar-te. Querias pensar… - disse atrapalhando o seu pensamento – Independentemente da conclusão que chegares, em relação a ‘nós’, só quero que saibas que Tu foste a melhor coisa que me aconteceu na vida… - fez uma pausa e sentiu-a rendida às suas palavras e decidiu esticar-se mais um bocadinho – Perdoa o Richard, ele merece… Pode ter feito asneira, mas confessou, mesmo que isso implica-se ficar sem ti! Ana, pensa bem… Amo-te. – Queria beijá-la, queria sentir aqueles lábios delicados que se tornavam selvagens ao toque, mas respeitou a vontade dela e controlou-se. Em vez disso beijou-a no rosto e saiu.
Ana estava completamente confusa, não sabia que fazer e que pensar. Richard fora sempre o apoio dela e neste momento aquele apoio todo fora traído. Ele amava-a, e arriscou-se a ficar sem ela, só para a ver feliz. Perguntou a si mesma se Tom, faria o mesmo por ela. Da maneira que o conhecia, muito provavelmente não, até porque podia-lhe pesar tudo, menos a consciência… Sorriu, ao chegar a essa conclusão! Ela gostava dele, amava-o tanto. Tentou imaginar a vida dela sem ele, mas desistiu da ideia quando viu tristeza, abandono, solidão e mais umas quantas coisas más… De um certo modo, já o tinha perdoado, até porque Sylvia tinha planeado aquilo tudo, mas havia uma parte dela, uma pequena parte que ainda se sentia vandalizada e humilhada. Imaginou novamente aquele momento, o momento do beijo deles e doeu-lhe o coração. “Que faço?”… Nesse instante viu Richard entrar.
- Eu já saio, prometo! – disse ele antes de lhe dar oportunidade de falar. – Compreendo se não me perdoares, mas promete-me que perdoas o Tom… - pediu ele.
- O Tom?
- Os teus olhos iluminam quando falas dele, meu deus! – disse ele a sorrir – Ele deixou-te mesmo apanhada… Tenho que lhe perguntar qual é o segredo!
- Richard…
- Está tudo bem, Ana… Ele até parece um tipo porreiro – comentou. Ana deu uma gargalhada que o apanhou desprevenido. – Qual é a graça?
- Ele disse o mesmo de ti à minutos atrás… - informou ela divertida.
- A sério? Oh páh começo mesmo a gostar dele… - disse brincando também.
- Desculpa… - disse-lhe ela baixando o olhar. – Desculpa não te amar da mesma maneira que tu me amas… Se calhar merecias mais tu, do que o Tom, mas… Eu amo-o tanto. Desculpa, desculpa, descul…
Richard calou-a com a mão e com a ajuda da sua mão puxou o queixo dela para cima, encontrando de novo o olhar dela.
- Não há nada para desculpar, Ana. Ouve: eu quero que sejas a pessoa mais feliz do Mundo. Se te sentires assim com o Tom, eu faço tudo para estares com ele, até te preparo o casamento, querida… - disse-lhe a sorrir. Ana deu-lhe uma palmadinha no peito.
- Não sejas parvo… - fez uma pausa e olhou-o – Obrigada. Obrigada pelo que fizeste e pelo que estás a fazer. Assim a minha vida parece muito mais fácil de resolver!
- Eu continuo aqui, como amigo. Apenas como amigo, acredita…
- Bom discurso para eu te perdoar!
- Tudo foi de coração, Ana, mas se isso ajudar, então ainda fico mais grato.
- Acho que ajudou… - disse curiosa com a reacção dele.
- Isso quer dizer que…
- Sim, acho que sim. Mas aviso-te, mais uma dessas e pode ser que fiques com os dentes partidos!
- Como a Senhora quiser… Oh meu Deus, obrigada! E desculpa mais uma vez… - lançou-lhe um olhar maroto. – Quando entrei o Tom, estava lá fora a roer as unhas. Parecia nervoso. A esta hora já arrancou o cabelo todo… Queres que o chame? Ele não deve aguentar muito mais tempo sem saber o que decidis-te em relação a ele…
- Caramba, eu disse-lhe que ia pensar e isso não se faz em 20 minutos! – disse ela.
- Mas tu já sabes o que sentes… Isso é a resposta, Ana. Não o deixes desesperar mais! – pediu ele dirigindo-se à porta.
- Espera! Eu vou ter com ele… - disse ela abraçando-o com um sorriso na cara – Obrigada, Richard… Deseja-me boa sorte!
- Atira-te a ele, miúda, com toda a força…
Richard tinha razão. Ele parecia nervoso e bastante ansioso… Estava de costas para ela e com as mãos entrelaçadas atrás das cabeça. “Ele é mesmo sexy”, pensou perversamente.
- Tom? – chamou-o. Ele voltou-se à velocidade da luz.
- Já… Já pensas-te? – perguntou ele com a respiração acelerada.
- Devias saber que quando digo ‘preciso de pensar’ não é assim num curto espaço de tempo. – informou-o com o rosto sério.
- Pois, só tinha esperança que isso acontecesse – disse com um olhar derrotado e encostando as suas costas à parede fria – Isto está a matar-me…
- Sabes, um grande amigo disse-me “tu já sabes o que sentes… Isso é a resposta, Ana” e acho que ele tem razão… - Viu o olhar Tom a ganhar vida e sorriu – Tom Kaulitz aceitas namorar comigo? – Tom ficou abanado com aquela pergunta, só queria gritar de felicidade. Aproximou-se dela e sorriu-lhe.
- Não… - respondeu-lhe. Ana ficou chocada com aquilo. Afinal ele não a amava? Ele sempre desejou namorar com ela e agora disse que não? – Não me vais tirar a fala e o protagonismo! – disse beijando-a lentamente. – Ana, rapariga da minha vida, aceitas namorar com este morcão que está à tua frente e a fazer figura de parvo?
Ela riu-se e acariciou-lhe o rosto doce dele.
- Se me deres um beijo como deve ser, talvez!
Tom nem a deixou respirar. Colou os seus lábios aos dela num ápice. Abraçaram-se furiosamente e ficaram assim, a balançar na paixão durante momentos selvagens.