Esta Noite Dançamos - Capitulo 37

O grupo encontrava-se junto e deram todos as mãos.

- Prometem que lutarão naquele palco para fazer o melhor? – perguntou Ana a todos tentando disfarçar aquele vazio que perfurava o seu coração.

- Prometemos! – responderam em coro. Olharam uns para os outros e sorriram. Abraçaram-se intensamente quando ouviram o chamamento.

- E agora convosco “Shining Soul”! – informou o apresentador.

“É agora”, pensou Ana quando pisou aquele grandioso palco. A música começou. Tudo desapareceu da alma de Ana. Dançar fazia-a a esquecer tudo. Fazia-a esquecer o bravo Mundo e a cruel realidade.

Fora Richard que dera a ideia daquela música e Ana foi a primeira a dizer que “sim”. Apaixonou-se por ela desde que a ouviu a primeira vez.

“Vamos brilhar”, pensou.

 

(a música e a coreografia está no fim deste capitulo. A coreografia dessa música é a coreografia do grupo. Espero que gostem. Para poderem ouvir, têm que ir ao final da página e pôr em pausa a música do blogue).

 

Aquilo foi considerado pelo júri como “algo espantoso”, “uma coreografia extremamente bonita e sentida”, “um mundo de perfeição”, “uma dança digna de uma vénia”.

 

Faltava pouco para saberem o resultado. Os três grupos já tinham actuado e agora o júri estava a deliberar. O grupo sabia que o grupo da Sylvia fora também muito bom, realmente bom, mas tinham que manter a esperança que poderiam ganhar aquilo.

Os grupos foram chamados ao palco. Seria ali, seria ali o momento da verdade. Tremiam de nervosismo.

- Não foi fácil escolher o melhor grupo – começou um dos júris – Tivemos dificuldade em escolher o primeiro lugar principalmente entre dois grupos. Ambos são muito bons, mas há um que se destaca pela sua união, força, humildade e criatividade. Ao fim de discutir-mos durante algum tempo, decidimos o grupo vencedor e todos os membros do júri concordam plenamente, sendo assim, o grupo vencedor é… - Alguns corações pararam, outros quase que saiam pela boca fora. Aquele suspense enervava qualquer pessoa. Bill que se encontrava com Tom na plateia, apertou a mão do seu irmão com tanta força, que Tom acabou por deixar um gemido. Ele estava de rastos. Sentia o seu coração pesado. Se ele estava assim, a culpa era de Sylvia. “Aquela vaca fez de propósito”, convencia-se a si mesmo. – …SHINIG SOUL! – Toda a plateia levantou-se e bateram palmas. O grupo saltou eufórico no palco. Lágrimas correram, abraços percorreram e a histeria controlava-os naquele momento. Tom e Bill abraçavam-se aos saltos. Estavam tão felizes… - Parabéns, ganharam 150 mil euros! – continuou o júri, mas naquela histeria toda ninguém o ouviu. Houve fitas a cair do tecto. Foi tudo intenso. Eles tinham conseguido!

 

Mais tarde, enquanto festejavam todos no palco, Ana saiu sorrateiramente e foi para os bastidores. Lá encontrou Richard.

- Então? Devias estar a festejar! Ganhámos! – disse Ana dirigindo-se a ele forçando um sorriso.

- Eu sei… Tu também devias! – observou ele abrandando-a. – Não estás bem, pois não?

- Não! – respondeu-lhe deixando escapar uma lágrima – Sabes quando as pessoas que amamos nos desiludem? Sinto-me péssima. Talvez festeje noutra altura, agora não consigo!

- Ana – disse ele limpando-lhe aquela lágrima triste – acho que te devo contar uma coisa.

- O quê? – perguntou ela fitando-o. Nesse momento ouviu a porta a abrir e voltou-se. Viu-o soberano e pronto a atacar – Eu disse para desapareceres! – vociferou ela.

- Primeiro vais ter que me ouvir… e não é um pedido! – respondeu-lhe ele preparado para ser profurado pelas palavras duras dela.

- Eu não quero ouvir nada. Tom, eu vi com estes dois meus olhos. Eu vi, caramba!

- Tu viste tudo errado. Foi ela. A culpa foi dela! – retorquiu Tom em voz alta.

- Se calhar acho melhor sair! – informou Richard.

- Já devias ter feito isso há muito! – observou Tom, friamente. Ana amarrou-o desesperada pelo braço.

- Não, Richard! Fica por favor! – pediu ela. Nessa altura entrou Sylvia a sorrir cinicamente.

- Então? Uma reunião familiar? – retorquiu ela venenosamente.

- Cala-te, cabra! Desaparece. – Tom revirou-lhe um olhar fatal que a fez estremecer, mas ela controlou-se.

- Agora sou Cabra? Ali fora, quando me beijas-te era ‘meu amor’! – provocou ela, olhando maliciosamente para Ana que começou a chorar sem querer.

- Mentirosa. Eu não disse nada disso! E tu é que me beijas-te, cabra! Tu sabias, fizeste de propósito! Ana? Foi ela…

- Eu não quero saber o que ela fez. Não foi ela que disse que me amava, não foi ela que fez amor comigo, não foi ela que disse que era o amor da vida dela. Foste tu, Tom! Tu fizeste-me acreditar, tu fizeste-me pensar que mudas-te, mas afinal não passas de um porcalhão que gosta de foder todas!

Uma lágrima inocente correu no rosto de Tom.

- Eu mudei, eu mudei por ti, porque eu amo-te. Agora tens que confiar mais uma vez em mim e acreditar em mim. Eu juro que não tive culpa. Ela beijou-me e logo de seguida eu afastei-a. Tu sempre tiveste razão, Ana. Ela é uma Cabra e esta foi a maneira de ela te magoar. Ana tu sabes que ela é bem capaz disso… - Tom aproximou-se dela, mas ela fugiu dele.

- Afasta-te, eu só quero que te vás embora! – disse Ana com o rosto molhado e doloroso. Nesse momento apareceu Maria e Bill, que ficaram apavorados com os rostos furiosos e desolados que ali estavam.

- O que é que se passa? – perguntaram Bill e Maria a medo.

- Foi o Tom que me beijou, a Ana viu e agora estão ao mata e esfola. Ele quer convence-la que fui eu que planeei isto tudo. Mas não é verdade, ele sempre me desejou! – Tom voltou-se com o braço no ar preparado para lhe bater, mas Bill impediu-o.

- Tom! Independentemente do que ela fez, não vais sujar as tuas mãos nela… - disse-lhe Bill que foi abraçado pelo choro de Tom

- Eu não fiz nada, juro! – disse a soluçar e completamente arrebatado.

Ana chorava também e era confortada por Richard.

- ACABOU! – informou Richard em voz alta para que todos o ouvissem. – Isto vai ser resolvido agora mesmo!

- Cala-te! Nem penses em abrir a boca! – ordenou Sylvia com um ar nervoso. – Agora ela pode ser tua, parvalhão!

- Ela pode ser minha, mas nunca será feliz! – respondeu-lhe.

- Que raio é que se passa aqui? O que é que tu sabes, Richard? Que conversa é essa? – perguntou Tom esterilmente.

- Eu explico! – Richard fez uma pausa e respirou fundo – Eu só espero que me perdoes, Ana… - fez novamente outra pausa – Bem, hoje, antes da actuação, a Sylvia veio falar comigo! Disse-me que queria fazer as pazes comigo. Que queria que fossemos verdadeiros irmãos. Claro, que eu fiquei super contente com isso…

- Eu vi-vos a falar! – comentou Ana concentrada e limpando as lágrimas.

- Cala-te besta! – Sylvia estava impossível. Parecia que o mundo dela e desabar.

- Não me calo nada! – respondeu-lhe Richard – Bem, ela pediu para lhe contar como tu eras, Ana, pois queria fazer um esforço para a vossa relação ser melhor… Eu acabei por dizer que tu e o Tom… Pronto tu sabes e ela ficou magoada porque supostamente também amava o Tom. Ela contou-me o queria fazer, qual era o seu plano. Eu não concordei, mas ela sabia o meu ponto fraco e eu deixei que tudo acontecesse… Porque trazia benefícios também para mim, e naquela altura não pensei em mais nada…

- O quê? – Ana nem queria acreditar no que estava a ouvir – Eu confiei em ti! Richard? Porque é que fizeste isso? Porquê? – perguntou desesperada e ainda mais magoada.

- Porque… - aproximou-se dela e olhou-a nos olhos – Porque eu amo-te. Ela convenceu-me que com o plano dela vocês os dois chateavam-se, ela ficava com Tom, e eu aproximava-me ainda mais de ti. Nem pensei duas vezes, Ana, mas agora sei que não era isto realmente que eu pretendia. Eu amo-te com todo o meu coração e desejo que sejas feliz… Sem o Tom não és feliz, e comigo também não és feliz! Eu não me ia sentir bem, ver-te infeliz todos os dias sabendo que a culpa era em parte minha e tenho a certeza que a minha consciência também não me deixaria dormir. Peço desculpa, peço desculpa a todos. Olha para o Tom, ele ama-te, ama-te mesmo. Eu sei que ele te faz feliz e ele não teve culpa de nada… Agora só quero que me perdoes, Ana. Por favor…

 

Música e coreografia:

 

 

 

feito por danceandtokiohotel às 20:18 | link do post | mimar